MADRI, 8 de set de 2006 às 10:51
O Presidente da Comissão de Migrações da Conferência Episcopal Espanhola (CEE) e Bispo de Sigüenza, Dom José Sánchez González, disse que até o momento as respostas à imigração ilegal na Espanha consistiram em "colocar curativos" e não dar uma solução global.
Em declarações à Europa Press TV, o Prelado advertiu que o problema será agravado se for proposto "o fechamento absoluto e hermético (das fronteiras) e a devolução de todos os que vierem". Disse que "já não morrerão em nosso país porque no chegarão à margem, mas morrerão no oceano ou em países intermediários".
"O que está sendo feito não é solução, porque pode solucionar o problema individual de alguns, mas não há uma solução global, uma perspectiva de futuro organizada, não há leis organizadas em toda a Europa que favoreçam a imigração, mas que são mais bem restritivas, na defensiva e, às vezes, feitas com muito pouca cabeça", acrescentou.
Dom Sánchez pediu aos países desenvovidos enfrentar a imigração com mais generosidade e não viver de costas "para a situação de pobreza extrema dos países de origem".
"Vemos a chegada massiva de botes com uma profunda preocupação porque é um problema humano que gera esta vinda indiscriminada e manipulada por parte dos que fazem negócio com o tráfico humano, em condições precárias e de grande risco como se demonstra pelos vários mortos que ficaram no Atlântico ou no Estreito", indicou.
Por outra lado, afirmou que a reação da Igreja foi de acolhida, entretanto, existe "uma grande preocupação porque enfrentam um problema que os ultrapassa".
Durante o ano, mais de 22 mil imigrantes ilegais chegado às Ilhas Canárias, superando amplamente o número de 2002, que foi de 10 mil pessoas.
Por outro lado, o Presidente da Comissão Européia, José Manuel Durao Barroso, enviou uma carta aos chefes de Estado e de Governo da União Européia na qual pede "solidariedade" com a Espanha para solucionar este problema. Indicou-se que os líderes dos 25 países membros tratarão este tema na cúpula informal de 20 de outubro em Lahti (Finlândia).